Marta Moraes; Eduardo Fernandez. 2020. Eugenia arenaria (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência no(s) estado(s) da BAHIA, no(s) município(s) Amargosa (Paixão 1323), Itamaraju (Callejas 1625), Itatim (França 1851), Valença (Carvalho 1482), Wenceslau Guimarães (Thomas 9240); ESPÍRITO SANTO, no(s) município(s) Linhares (Mazine 1224), Nova Venécia (Duarte 3911), Santa Leopoldina (Demuner 2123), Santa Teresa (Kollmann 4119), São Mateus (Pereira 7589); PERNAMBUCO, no(s) município(s) Belo Jardim (Nascimento 305); RIO DE JANEIRO, no(s) município(s) Armação dos Búzios (Dantas 341), Arraial do Cabo (Gauí 347), Cabo Frio (Lobão 155), Guapimirim (Martinelli 10225), Macaé (Kollmann 12342), Maricá (Ramos 177), Nova Iguaçu (Rodrigues s.n.), Rio de Janeiro (Araujo 6364), São João da Barra (Assumpção 343), Saquarema (Farney 1490) e Volta Redonda (Souza 23).
Árvore de 12 m de altura, endêmica do Brasil, ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila e Restinga (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Apresenta distribuição ampla com EOO= 210640 km², com registros de coleta em 22 municípios, a espécie não possui especificidade de habitat e está presente em Unidades de Conservação de proteção integral. Bem representada em herbários, com registos de coleta recentes (2015), Eugenia arenaria foi considerada neste momento como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e tamanho populacional) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.
Descrita em: Flora Brasiliae Meridionalis (quarto ed.) 2(19): 349. 1829[1832]. (27 Oct 1832) (Tropicos.org, 2019).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat | past,present | regional | very high |
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta (Simões e Lino, 2003). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat | past,present,future | national | very high |
A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981), condição que vem sendo agravada pela forte especulação imobiliária. A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.2 Commercial & industrial areas | habitat | past,present | national | very high |
A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | habitat | past,present | national | very high |
Segundo a classificação de uso do solo, atualmente o pasto ocupa a maior parte da área dos municípios na região sul do Espirito Santo (SEAMA 2018). A região Noroeste Fluminense a agropecuária (pecuária leiteira) é a principal atividade econômica. A pecuária é extensiva, com a estrutura fundiária concentrada e uso inadequado do solo. Além disso, nesta região o longo período de atividades agropecuárias, o uso regular de fogo e mecanização intensiva resultou em elevado grau de degradação dos solos e, por conseguinte, na decadência socioeconômica da região, na qual as atividades de uso atual das terras são pastagens degradadas (Gama-Rodrigues & May, 2001). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat | past,present | national | very high |
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1 Annual & perennial non-timber crops | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
A área relativamente grande ocupada por categorias de uso do solo como pastagem, agricultura e solo descoberto, e a pequena área relativa ocupada por floresta em estágio avançado de regeneração revelam o alto grau de fragmentação da Mata Atlântica no Sul-Sudeste da Bahia (Landau, 2003, Saatchi et al., 2001). Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30.000 ha de cobertura florestal (Paciencia e Prado, 2005), 40.000 ha em estágio inicial de regeneração e 200.000 ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau, seringa, piaçava e dendê (Alger e Caldas, 1996). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciencia e Prado, 2005), sendo a cabruca considerada a principal categorias de uso do solo na região econômica Litoral Sul da Bahia (Landau, 2003). Nas florestas litorâneas atlânticas dos estados da Bahia e Espírito Santo, cerca de 4% da produção mundial de cacau (Theobroma cacao L.) e 75% da produção brasileira é obtida no que é chamado localmente de "sistemas de cabruca". Neste tipo especial de agrossilvicultura o sub-bosque é drasticamente suprimido para dar lugar a cacaueiros e a densidade de árvores que atingem o dossel é significativamente reduzida (Rolim e Chiarello, 2004, Saatchi et al., 2001). De acordo com Rolim e Chiarello (2004) os resultados do seu estudo mostram que a sobrevivência a longo prazo de árvores nativas sob sistemas de cabruca estão sob ameaça se as atuais práticas de manejo continuarem, principalmente devido a severas reduções na diversidade de árvores e desequilíbrios de regeneração. Tais resultados indicam que as florestas de cabrucas não são apenas menos diversificadas e densas do que as florestas secundárias ou primárias da região, mas também que apresentam uma estrutura onde espécies de árvores dos estágios sucessionais tardios estão se tornando cada vez mais raras, enquanto pioneiras e espécies secundárias estão se tornando dominantes (Rolim e Chiarello, 2004). Isso, por sua vez, resulta em uma estrutura florestal drasticamente simplificada, onde espécies secundárias são beneficiadas em detrimento de espécies primárias (Rolim e Chiarello, 2004). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1.3 Agro-industry farming | habitat | past,present,future | regional | very high |
A maior parte do CEPE foi destruída devido a práticas agrícolas (Silva e Tabarelli, 2000,2001), que criaram uma matriz não florestal de campos de pastagem e plantações de cana-de-açúcar. De acordo com as estimativas do pesquisador M. Siitonen realizada em 1997 pela visitação da área, houve uma diminuição na área de floresta tropical ca. 10% durante os 20 anos do programa 'pró-alcool' subsidiado pelo governo que promoveu o cultivo de açúcar cana para produção de combustível à base de álcool. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming | habitat | past,present,future | regional | very high |
Destruição da floresta no Centro de Endemismo de Pernambuco começou há cinco séculos, impulsionado principalmente pela cana-de-açúcar plantações e usinas e pecuária. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 1.3 Tourism & recreation areas | habitat | past,present | national | very high |
A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981), condição que vem sendo agravada pelo turismo predatório. A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na Estação Biológica de Santa Lúcia (PI) (Kollmann 4119), Estação Ecológica Estadual de Paraíso (PI) (Martinelli 10225), REBIO Tinguá (PI) (Rodrigues s.n.) |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie será beneficiada por ações de conservação que estão sendo implantadas no PAN Rio, mesmo não sendo endêmica e não contemplada diretamente por ações de conservação. | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5 Law & policy | needed |
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Centro Minas – 10 (MG), Território Espírito Santo – 33 (ES) e Território Milages – 39 (BA). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |